A recente pandemia de COVID-19 foi mais um exemplo de que os problemas exigem dinâmicas de cooperação que envolvem uma multiplicidade de atores de natureza e abrangência diversas. Como todos os processos de cooperação, os desenvolvidos no âmbito dos Sistemas de Vigilância, Diagnóstico, Prevenção e Controle de Vírus Respiratórios, a gestão clínica e as imunizações serão fortalecidas se e somente se cada ator envolvido identificar que, para melhor desempenhar suas funções essenciais, precisa da bom desempenho das funções dos demais integrantes do sistema de vigilância. No entanto, a identificação de dinâmicas de interdependência não é um processo simples e direto.

Como qualquer outro sistema, os sistemas de vigilância, prevenção e controle de vírus respiratórios, gestão clínica e imunizações são compostos por unidades ou agentes que desempenham diferentes funções, interligados por meio de processos de feedback de informações. Existem três aspectos a serem considerados que compõem o núcleo duro desses sistemas de vigilância. A primeira está associada às funções desempenhadas pelos diferentes agentes que compõem o sistema, como, por exemplo, as funções inerentes aos laboratórios, vigilância epidemiológica, gestão clínica, analistas de dados, equipas de imunizações, decisores políticos, etc. O segundo aspecto está relacionado às informações que são processadas entre os agentes por meio de diferentes canais ou meios de comunicação; esta informação é relevante e fundamental para a verificação de suas dependências mútuas. O terceiro aspecto está relacionado com as ações realizadas no âmbito do sistema de vigilância a fim de contribuir para o bem-estar sanitário, social, econômico e político das comunidades envolvidas.

Um dos objetivos mais importantes do Plano Estratégico da OPAS/OMS 2020-2025 estabelece o compromisso de apoiar os países a construir e melhorar seus mecanismos de vigilância e fortalecer a capacidade de vigilância para a detecção de patógenos emergentes e epidêmicos. Nesse contexto, a OPAS tem trabalhado com seus Estados Membros para fornecer orientação estratégica, apoio técnico e coordenação de atividades essenciais para fortalecer seus sistemas de vigilância para influenza, SARS-CoV-2 e outros vírus respiratórios. Esta reunião será coordenada pela Equipe da Influenza da OPAS e contará com a participação de Estados membros do Caribe e especialistas técnicos da OPAS e OMS, USA CDC e CARPHA, entre outros.

Justificação

Os países do Caribe fortaleceram suas capacidades de vigilância durante a pandemia de SARS-CoV-2. Eles demonstraram alta vigilância e habilidades epidemiológicas, que envolvem locais de vigilância ativa e rastreamento de contatos para COVID-19. Alguns países do Caribe implementaram o diagnóstico molecular multiplex influenza-SARS-CoV-2 da OMS e fortaleceram sua vigilância genômica. Novas habilidades em gestão clínica e práticas de prevenção foram desenvolvidas e adquiridas. As políticas de saúde ocuparam espaço na mídia e no governo e novas vacinas foram introduzidas por meio de campanhas de vacinação. A pandemia oferece novos desafios para fortalecer seus sistemas de vigilância por meio da integração de influenza, SARS-CoV-2 e outros vírus respiratórios. Tendo como marco o fortalecimento da vigilância da influenza e SARS-CoV-2, a 4ª SARInet dos países do Caribe tentará identificar a necessidade mútua dos diferentes atores para melhorar seu desempenho e contribuir para uma melhor saúde e bem-estar das comunidades onde trabalham para.

Objetivos

1. Identificar as funções essenciais das equipas epidemiológica, laboratorial, clínica e de imunização e as suas necessidades mútuas na integração do sistema de vigilância dos vírus respiratórios para melhorar o seu desempenho.
2. Desenvolver um curso de capacitação para profissionais da Sub-Região do Caribe que trabalham em epidemiologia, laboratório, manejo clínico e imunização, a fim de desenvolver um plano de ação destinado a fortalecer seus sistemas de vigilância, prevenção e controle e manejo clínico de vírus respiratórios, considerando sua necessidades mútuas.
3. Favorecer o enraizamento dos espaços de cooperação nacionais e internacionais existentes e o surgimento de novos, que se traduzam no reforço dos sistemas de vigilância, prevenção, controlo e gestão clínica dos vírus respiratórios na Região.

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